segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Forma, Função e Tecnologia.

Em diversos artigos abordei sobre o que é ser um Designer, seu valor no mercado e suas obrigações como comunicador social. Hoje vamos expandir um pouco mais esses conceitos falando do tripé básico que norteia a atuação do Designer.

1 – Função

Não existe nenhuma peça sem função definida, este é o ponto de minerva que separa o ofício de Designer de qualquer outra expressão artística. Tudo que o Designer cria tem que ter alguma funcionalidade, algum objetivo, um porque de existir!

E essa função deve ser criada com base em pesquisa no público alvo, além de um cuidadoso estudo em cima dos dados dessa pesquisa. Convêm ao Designer inclusive vivenciar a cultura do povo que irá usar a peça em questão para ter certeza que a função do objeto criado, adapte-se totalmente ao público.

2 – Forma

Definida a função do objeto, é preciso definir a forma deste objeto. O desenho correto da forma(conceito que agrupa em si, o desenho da peça, cores, etc.) pode dar uma grande vantagem ao produto, além de garantir que ele seja agradável ao público que será foco da peça a ser criada.

Novamente deve ser baseado no nicho de mercado para qual a peça que estamos criando está sendo feita. Um erro comum nesta etapa é fazer algo generalizado ou baseado em premissas incorretas.

Devemos lembrar que este mundo globalizado não se agrupa apenas em mercados regionais, mas em nichos culturais também. Um exemplo para isso ficar claro: Se desenvolvermos um produto para a promoção de um Mangá, iremos observar o fenômeno de que apesar do Mangá ser de origem Japonesa, todas as pessoas que participam do nicho cultural do Mangá, independente de sua região, cultura local ou características regionais, compartilham os mesmos hábitos quando se refere ao gosto pelo Mangá (objeto gerador do nicho) com leves variações apenas nos temas preferidos (neste ponto é que ocorre a aculturação do nicho). Então a partir do estudo dessas similaridades é que iremos escolher a forma de nosso produto.

3 – Tecnologia

Para falar disso, vai um simples exemplo: Imaginem que quando o homem imaginou que poderia economizar trabalhando ao arrastar objetos (função), ele deveria criar um objeto cilíndrico, que tivesse um furo no meio para poder prender ali uma haste, uma roda!(forma). Muito bem, ele já definiu duas coisas. Mas digamos que ele não tivesse os meios para esculpir a pedra, o que teria sido de nós?

Agora que vislumbramos a possibilidade da roda ter ficado “quadrada” dá para entender de forma simples e direta a importância da evolução tecnológica para a concepção de qualquer produto do Designer.

Uma última dica para encerrar é rever a palestra do Porquê do design, de Philippe Starck. Onde ele descreve de forma muito divertida como se ater à estes princípios sem correr o risco de se tornar um profissional egoísta no exercício de sua função.

4 comentários:

Thiago Dalleck disse...

Muito bom o texto e os exemplos! Vou ver o vídeo do Philippe Starck

Glauco disse...

Oi, Daniel. Muito bom o texto. Vou postar os meus comentários a respeito do tripé conceitual do Design e gostaria que você lesse. Abraços.

Daniel Monteiro disse...

Meu amigo Dalleck! Muito obrigado pelos elogios, espero que venha a ajudar a quem tiver dúvidas sobre o assunto! A propósito, visitem http://farofaamilanesa.blogspot.com, muito bom o blog do próprio Dalleck!

Daniel Monteiro disse...

Glauco! Como sempre é uma honra receber um comentário seu, e adoraria que mandasse seus comentários! Afinal não apenas eu, com diversas pessoas que terão muito a aprender contigo irão ler!