sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E Começa a Nova Guerra na Internet

Em tempos de internet social, Facebook e Google são os players da nova guerra na net. Em substituição à guerra dos navegadores travadas no final dos anos 90, agora vivemos uma guerra das Redes Sociais.

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De um lado temos o Facebook que tem como principal trunfo a alta especialização em serviços sociais. Tudo no Facebook, desde o seu sistema de anúncios, até mesmo seus jogos é criado pensando no fato de estar numa plataforma social, com alto potencial viral. O Facebook também respeita um dos principais pontos da web 2.0, a hackeabilidade, princípio que dita que todo software on-line deve ser capaz de permitir que seus usuários alterem, ampliem e desenvolvam as funcionalidades iniciais da plataforma. Dotado de um sistema de programação robusto, o FBML, permite a criação de novos programas para a rede social, com uma taxa de lucratividade alta aos seus desenvolvedores.

Do outro o Google, empresa que fez gigantes do segmento de tecnologia tremerem na base ao ter sido a primeira empresa que segmentou e classificou o conteúdo na internet mundial. Apesar de haver ainda muito a se fazer e melhorar nesse sentido, o poder do Google é tão grande que os resultados do buscador chegam a influenciar as buscas de concorrentes como o Bing por exemplo. Como se isso não fosse suficiente, ela buscou o caminho oposto ao trilhado pelo Facebook e criou o leque de produtos mais abrangentes da internet, hoje em dia é praticamente improvável que cada internauta do planeta não possua um serviço fornecido e gerenciado pelo Google. Entre esses serviços temos Redes Sociais: O quase extinto Orkut e o renovado Google Plus.

Podemos dizer que a batalha começou após o crescimento exponencial do Facebook e a migração em massa dos usuários para sua rede, o que levou o Orkut a amargar uma posição de lanterna nas Redes Sociais e ser praticamente extinto. Com o nascimento do Google Plus, é que se inicia a guerra com artilharia pesada sendo disposta dos dois lados. Enquanto do seu lado a Google se adaptou ao que os usuários esperavam de uma rede, o Facebook tenta inovar e reinventar-se diariamente para manter a dianteira pela preferência dos usuários.

Disso tudo só nos resta sentar e analisar quem vai ganhar essa batalha. Mas encerro deixando um palpite: A vantagem estará com aquele que conseguir formar universos sociais com regras e conceitos bem definidos e que realmente possuam recursos que promovam a integração da vida digital com a vida real. Trocando em miúdos, ganha a guerra a Rede que consiga fazer as pessoas se integrarem de verdade, não importando o quão distante estejam, assim eliminando a percepção que ainda persiste de “amigo virtual”, pois a comunicação on-line terá se tornando tão boa e substancial que apenas veremos nossos contatos como amigos tão bons quanto nossos amigos de infância!

Num mundo onde solidão e depressão se tornaram problemas sociais, a Rede Social que resolver adequadamente esse problema irá ganhar a dianteira.



sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Valores no Mercado de Design

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Falar de valores em Design é sempre um assunto delicado por conta da falta de isonomia de custos que permeia o mercado brasileiro. Por exemplo faça uma experiência você mesmo: Experimente fazer um orçamento em cinco agências diferentes, cada uma em um estado diferente.

Não vou citar valores em reais, pois é o tipo de coisa que muita gente só acredita vendo um orçamento em mãos, mas em média você vai constatar que a agência que estiver na região Sudeste irá cobrar até três vezes mais que uma agência disposta no Nordeste e até duas vezes mais que uma que esteja alocada no Rio de Janeiro.

Lógico que há exceções e mais lógico ainda que estou considerando nesta análise agências de pequeno a médio porte e sérias. Se for considerar as aventureiras que passam qualquer valor só pra fechar, eu teria que escrever um novo artigo só sobre elas, tamanho é o problema que geram no mercado.

Pois bem, se as agências são sérias, o que acarreta a falta de paridade nos custos? Não se trata de diferença de qualidade, pois há agências fantásticas atuando no Nordeste. Não se trata de diferenças de custo de vida também, pois com certeza a diferença entre Norte e Sul do País não é de mais de 50%. se não é uma questão técnica ou econômica, o que seria?

Valor Cultural do Design

Um dos fatores é a percepção de valor que cada nicho cultural visualiza no Design. Isso é devido ao nível de concorrência local dos diversos tipos de mercado. Quanto mais as empresas precisam se destacar para conquistar sua fatia de mercado, mais investem em Design, Publicidade e Marketing. É o que acontece na cidade de São Paulo por exemplo, cada vez mais até mesmo as MPEs percebem que precisam de soluções de alta qualidade em comunicação para alcançar o consumidor e quem não investe fatalmente perde para a concorrência.

Quanto menos precisam realizar para manter uma fatia de mercado, menos investem proporcionalmente. Se esse quadro de não precisar se destacar de forma significativa permanece por mais de duas décadas, a percepção do valor do serviço se esvai por completo, pois a nova geração já entra no mercado de trabalho com a fé de que investir em comunicação não é uma prioridade. Pior que isso, os novos Designers já entram no mercado com uma percepção alterada do valor do próprio trabalho, numa espécie de cegueira de mercado digna de um conto de Platão. Isso pode ser visualizado em cidades que estejam mais ao norte do país, por exemplo.

Isso é um mero fator cultural, pois se trata única e exclusivamente de percepção de valor. O agravante que acaba somando à isso é a falta de uma instituição central que regule os custos e a qualidade de entrega. Sem isso, cada um se auto-regula de acordo com o permeia, se muitos clientes dizem que só vão pagar R$ 500,00 por um serviço, este passa a ser o valor do serviço, ignorando inclusive os custos de desenvolvimento deste.

E como resolve?

Dar valor a um serviço sem projetar seus custos é irresponsabilidade, porém devemos sempre considerar o mercado local e o macro ao considerar preços de serviços e produtos gerados pelo Design. Crie novas formas de comercialização, mas nunca perca o foco do real valor do seu trabalho!

Outra coisa que nunca deve ser esquecida é a metrificação correta do orçamento, existem diversas planilhas na internet que ajudam a calcular os custos de um Designer e o SEBRAE, pode ajuda-lo com isso também. Com isso é possível fornecer orçamentos realistas e bem fundamentados. Não se esqueça:  Caro é tudo aquilo que não entendemos o porque do custo.

Em último caso, se as barreiras culturais para a percepção do valor do trabalho estiverem muito fortes, não se esqueça que hoje em dia, você não está preso à um único mercado, tudo de que precisa é de uma conexão com internet e um bom portfólio e portas se abrem em qualquer lugar do mundo.

Para finalizar lembre-se, antes de reclamar dos clientes que não enxergam valor no seu trabalho, reveja você mesmo como se enxerga e valorize-se!