sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O futuro da TV Digital

Um assunto que anda em voga é como a internet mudará a forma de uso das mídias atuais, em especial com a criação da TV Digital. O novo padrão que está se estabelecendo trará ao consumidor a possibilidade de ter opções interativas de acordo com o programa, tais como ângulos de câmera diferentes em jogos de futebol ou cenas escondidas em seriados.

Somente isso, já é um avanço a passos de gigante se comparado com o que temos hoje em dia, mas será que podemos dizer que isso é realmente o futuro?

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Para falar sobre a questão, vamos analisar o site que criou o conceito de TV Online. O Youtube.

O site que teve o ínicio  de suas operações em fevereiro de 2005, tinha uma premissa simples que era permitir que as pessoas criassem seus próprios canais de vídeo ao subir os seus próprios vídeos ao sistema do site, disponibilizando assim uma programação interativa aos internautas. Em base a proposta do site é que o próprio usuário crie e publique seus vídeos, mas como nem tudo sai como planejamos, em pouco tempo a plataforma foi usada para a divulgação de programas de TV, séries e desenhos. Claro tudo isso feito de forma ilegal e indo contra as políticas de preservação de direitos autorais do site que sempre procurou coibir essas práticas.

Mas disso ficou um fato inegável, os internautas consumiam os programas. E não era por uma questão de gratuidade, era por uma questão de comodidade, personalização. A programação realmente era criada pelo usuário para o seu gosto particular, sem se importar com a emissora, produtora ou até mesmo nacionalidade do programa em origem. Tudo o que importa no Youtube é o gosto do usuário.

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Muitas emissoras viram isso como uma ameaça e exigiram a pronta retirada de seus vídeos do site. O que se mostrou um erro, pois ignora um hábito de consumo que foi criado. Em vez de criar solução para aproveitar esse novo hábito, tenta inutilmente extingui-lo.

Muito bem, com isso temos um público com novos hábitos de consumo e temos à nossa frente uma nova tecnologia de TV Digital que será implantada gradualmente, mas será que os canais manterão seu formato habitual? Eu aposto que não!

Os canais de TV que conhecemos se quiserem impactar a nova geração poderiam  muito bem aproveitar a tecnologia da TV Digital e migrar o seu formato de comércio para se tornarem produtoras de grande porte que gerem conteúdo de qualidade que pode ser comercializado de diversas formas. Assinatura do programa, propagandas internas na atração, merchandising, entre diversas outras formas. O importante é mudar o foco de comércio, em vez de vender todo o canal, vender programas variados para atender a nichos culturais diferentes.

Isso mudaria não apenas a forma de comercialização da atração, mas até mais importante a forma de metrificação da audiência.

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O atual sistema de metrificação da audiência trabalha com calcúlos de proporção por meio da análise de uma parcela da audiência. Daí se deduz o restante da população. Como bem podemos notar, não é a forma mais precisa de avaliar o sucesso ou fracasso de  uma atração. Sem falar que envolve custos elevados, possibilidades de falhas, entre diversos outros poréns que são inegáveis por mais que as instituições que realizem a análise dessas métricas sejam incólumes.

Com a adoção do sistema proposto, o índice de audiência pode ser medido em tempo real, casa a casa. Com precisão inegável, pois é contabilizado digitalmente cada acesso a cada programa no momento que o assiste, podendo inclusive metrificar quanto tempo o usuário ficou assistindo ao programa e indo além ao final do programa podem ser inseridas pesquisas de opinião totalmente digitais que complementariam a pesquisa.

Em suma, quando se fala de futuro da TV Digital, não espere que sua TV receba e-mails. Espere muito mais pela frente!

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